SMART GOVERNANCE FOR SUSTAINABLE CITIES

Autor(es): 

João Akio Ribeiro Yamaguchi - Orientadora: Profª Maria Alexandra V. Cortez da Cunha

Ano: 

2017

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Este trabalho tem como objetivo analisar as diferenças de percepção dos cidadãos sobre o impacto da tecnologia nas áreas de educação, saúde, segurança e governo municipal no Brasil e na Espanha. Diferenças de percepções entre países ou entre grupos de um mesmo país são exploradas para a discussão da centralidade do cidadão e do capital humano no planejamento das smart city. O estudo, portanto, se caracteriza como transnacional, e foi realizado a partir de análises estatísticas de dados secundários. Pretende-se, como esse estudo, disponibilizar informações sobre a percepção dos cidadãos aos gestores públicos, para formulação mais precisa das políticas públicas voltadas à smart cities. Sem deixar de levar em consideração como as percepções das demandas variam, de acordo com o perfil do cidadão e sua percepção. Do ponto de vista acadêmico, esta pesquisa tenta traçar um modelo de percepção do impacto da tecnologia em smart cities a partir da percepção de cidadãos de dois países diferentes. [METODOLOGIA] Foi realizada uma análise quantitativa de 1664 questionários no Brasil e 1205 na Espanha, utilizando-se as técnicas estatísticas de análise multivariada e regressões lineares. A amostra dos estudos não é representativa das populações, mas buscou-se explorar e adentrar o tema da percepção dos cidadãos sobre o impacto da tecnologia em smart cities. Para a análise dos dados, foram utilizados os testes estatísticas de Kruskall Wallis, Análise de Variância, Mann-Whitney, Fligner-Killeen, Análise de Covariância paramétrica e não-paramétrica, que permitem observar diferenças em variáveis mediante a influência de diferentes fatores. Ainda, foram utilizadas regressões lineares múltiplas para observar o grau de associação entre variáveis. Comparações entre os testes paramétricos e não-paramétricos são apresentadas. Nos testes foram considerados resultados significantes aqueles com valores-p menores que 5%.  [RESULTADOS] Os resultados também apontam que há diferenças de percepção sobre o impacto da tecnologia em smart cities entre determinados grupos do mesmo país. No caso entre cidadãos do mesmo país, se destaca o campo da tecnologia no governo municipal que apresentou diferenças por escolaridade, idade e classe social nos dois países. Essas diferenças são mais intensas no Brasil do que na Espanha. Ainda, a opinião dos brasileiros sobre o impacto da tecnologia é muito mais heterogênea, isto é, mais dispersa do que a dos espanhóis. O fator que mais influencia a percepção sobre o impacto da tecnologia nas smart cities é a sua evolução na respectiva área. Nesse sentido, podemos inferir que quanto maiores forem as diferenças de percepção sobre o impacto da tecnologia por escolaridade, classe social ou idade, mais assimétrica, entre tais segmentos, é sua evolução. Por esse motivo, a relação entre evolução e impacto da tecnologia é influenciada pela escolaridade, classe social e idade. [CONCLUSÃO] Esse estudo mostrou que o cidadão percebe o impacto da tecnologia devido à recente evolução da mesma e que esta percepção é influenciada pelo grau de escolaridade, pela classe social e pela idade. Uma das limitações do estudo são os dados utilizados não serem representativos das populações dos países, o que limita a generalização dos achados. Como estudos futuros, sugerimos a análise de entrevistas qualitativas com gestores públicos para entender como essas diferenças de percepção sobre a tecnologia estão sendo consideradas nas políticas públicas e projetos de smart cities. Outra possiblidade é replicar o questionário em países diferentes para verificar a validade do modelo de relação proposto.



 

 

Departamento: 

IMQ

Anexos: