Este estudo tem como objetivo avaliar como as estratégias mercadológicas e a abordagem de internacionalização adotada por empresas brasileiras que operam no exterior têm afetado a competitividade da cadeia agro-exportadora da carne bovina no Brasil. A partir da revisão de literatura, procedeu-se o estudo de dois casos de empresas brasileiras de grande expressão no exterior, sendo uma delas a JBS-Friboi, a maior empresa processadora de carnes bovina do mundo e que opera neste mercado há algum tempo e a Sadia que voltou a atuar recentemente com carne bovina. De acordo com as informações fornecidas, os fatores que desencadearam na internacionalização da Sadia foram: o crescimento do mercado interno e o excesso de produção, o câmbio favorável e a demanda européia por carne. A JBS-Friboi começou seu processo de internacionalização naturalmente a partir de uma joint venture com o frigorífico Bertin e o câmbio e o preço da carne no exterior foram os principais fatores que levaram à sua internacionalização. Os produtos vendidos pelas empresas são os mesmos, assim como os mercados explorados, que se assemelham muito, sendo que o Friboi tem uma maior participação no Oriente Médio. A Sadia busca investimentos do tipo greenfield, enquanto a JBS se insere no mercado externo por meio de compra de empresas já existentes, mantendo a marca das empresas, já conhecidas no cenário local. Ao invés disso, a Sadia investe muito em sua marca. Enquanto a JBS-Friboi possui uma política de distribuição da produção dividida igualmente entre o mercado externo e o interno a Sadia envia, em média, 84% da sua produção para o exterior. Atualmente o modelo de internacionalização da Sadia e da JBS se aproxima da teoria do paradigma eclético, na medida em que a questão da localização e da internalização têm sido preponderantes na estratégia dessas organizações que buscam maior proximidade dos principais mercados compradores, acesso a melhores recursos e maior controle sobre seus processos, ainda que sejam um pouco divergentes na abordagem de internalização. Cada empresa passa por uma situação em diferentes períodos, se adequando às condições do ambiente, utilizando diferentes maneiras de atuação e, consequentemente, diferentes abordagens à internacionalização. O estudo, ainda que de caráter exploratório, permite afirmar que entre as principais empresas brasileiras exportadoras de carne bovina, ainda não existem estratégias voltadas para o desenvolvimento da marca “carne bovina do Brasil”, mas sim ações isoladas que causam pequeno impacto no sentido de valorizar o produto brasileiro.