ESTUDOS SOBRE EMPREENDEDORISMO: A FIGURA DO EMPREENDEDOR

Autor(es): 

Paulo Penteado de Faria e Silva Neto - Orientador: Prof. Tales Andreassi

Ano: 

2002

[INTRODUÇÃO] O estudo do empreendedorismo se faz cada vez mais necessário em um contexto de mundialização, uma vez que na lacuna da atuação dos grandes grupos empresariais surgem nichos de mercado altamente propícios à atividade empreendedora. Ademais, é quase unânime que as micro e pequenas empresas (geralmente incipientes) são as grandes responsáveis pela geração de empregos e pelo crescimento da economia. O empreendedor, dotado de grande capacidade de realização, cria novas combinações de fatores produtivos que levam ao desenvolvimento. Com esta pesquisa, buscou-se definir o que é um empreendedor, identificar os predicados que mais comumente são a ele atribuídos (características, atitudes, "espírito empreendedor"), discutir os principais mitos que rondam sua figura, diferenciar o empreendedor de administradores e intrapreendedores. Também procurou-se compreender o papel do empreendedor na dinâmica capitalista sob o ponto de vista da teoria da ecologia populacional, em especial nos casos da Economia Brasileira e da Nova Economia, e as proposições estratégicas sobre empreendedorismo. [METODOLOGIA] Concluída a revisão teórica, realizou-se um Estudo de Casos envolvendo seis empresas, três da economia tradicional e três da nova economia, visando a comparar empreendedores reais, concretamente considerados, com a teoria previamente estudada. O estudo também forneceu subsídios para a particularização do empreendedor brasileiro e para a discussão sobre diferenças entre os empreendedores tradicionais e os da nova economia. [RESULTADOS] Quanto a definir um empreendedor, não foi adotada uma conceituação rígida e definitiva. Propôs-se uma visão multidimensional sobre o tema, mediante a apresentação da evolução histórica dos conceitos. Foram discutidos 23 mitos e levantadas mais de 60 características geralmente possuídas por empreendedores (em um rol exemplificativo, dado que a falta de uma ou mais características não impede alguém de empreender, do mesmo modo que a presença de todas não é garantia de sucesso). Foram feitas as necessárias diferenciações entre empreendedores, administradores e intrapreendedores. Quanto ao resultado do estudo de casos, pode-se afirmar que, em vista da grande variedade de respostas obtidas (exceto aquelas sobre os aspectos gerenciais dos empreendedores), não diferiu consideravelmente do referencial teórico adotado, sempre apontando no sentido da multiplicidade, polissemia e diversidade inerentes a este campo de conhecimento. [CONCLUSÃO] O fato de o estudo não ter chegado a uma definição conclusiva sobre o empreendedor não configura demérito, dado que seus objetivos iniciais (uma definição multimensional foi proposta, os mitos foram discutidos e as características foram levantadas) foram atingidos, tendo o estudo de casos confirmado a linha adotada na pesquisa. O trabalho pode ter levantado mais dúvidas do que solucionado, mas cremos que tenha, ainda que minimamente, contribuído para a compreensão do tema, na exata medida em que as questões por ele suscitadas podem servir de inspiração para novas pesquisas sobre o empreendedorismo, tão necessárias neste momento da história brasileira em que a retomada do crescimento econômico é o grande desafio que se nos impõe.

Departamento: 

ADM

Anexos: