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[INTRODUÇÃO] Em junho de 2000, eram oito os provedores gratuitos no Brasil. Dos oito restaram três: IG, Tutópia e Brfree. Gratuitos, mas diferentes: Tutópia e Brfree criaram planos de acesso pagos e o IG simbolicamente mudou o nome de Internet Grátis para Internet Group. Este projeto tem o objetivo de estudar o fim dos provedores gratuitos e as alterações nos seus respectivos modelos de negócios. Para entender estes aspectos, é fundamental compreender a bolha que permeou o mercado acionário nos últimos anos. Assim, mais do que descrever impactos nos provedores de acesso, este estudo é um bom exemplo do contexto histórico que permeou o surgimento de uma centena de empresas de tecnologia sobre-valorizadas, assim, é também possível o denominarmos "uma história da bolha". [METODOLOGIA] A pesquisa em um primeiro momento através de revisão bibliográfica contextualiza a chamada "bolha especulativa"; descreve modelos de negócios na Web, mais detalhadamente modelos de negócio dos chamados portais e provedores de acesso à Web. Em um segundo momento, é realizado estudo de caso com o intuito de compreender o ambiente dos provedores de acesso à Web e a alteração em seus respectivos modelos de negócio. [RESULTADOS] A revisão bibliográfica apontou principalmente que provedores/ portais apresentam modelos de negócio divergentes, isto é, a principal fonte de receita ou é a propaganda, ou o acesso à Internet. Entretanto, a tendência observada indica a convergência destes modelos de negócio. Aspecto este que foi questionado pelo estudo de caso realizado, em que se provou que é difícil uma operação se sustentar exclusivamente com receitas advindas de comércio e propaganda. Mesmo um portal que tinha como atividade-chave não cobrar pelo acesso foi obrigado a fazê-lo. [CONCLUSÃO] O estudo aponta que o modelo de negócio dos chamados provedores gratuitos é insustentável em um ambiente de negócios que valoriza medidas racionais e tradicionais de desempenho. Por outro lado, o trabalho traz uma nova visão à tendência de convergência do modelo de negócio dos chamados portais/ provedores de Internet. Se, em um ambiente de euforia e especulação, trabalhos apontavam para uma convergência, isto é, operações sustentadas por publicidade e comércio eletrônico; em um novo contexto torna-se imperativo que portais encontrem novas fontes de receita.