[INTRODUÇÃO] Podemos ver que no Brasil várias empresas foram privatizadas, muitas ainda o serão, outras, entretanto, permanecerão nas mãos do Estado. Porém, todas foram, são e serão de alguma forma obrigadas a mudar, para conseguirem sobreviver neste novo contexto nacional e mundial. Muito se tem falado sobre as conseqüências econômicas das privatizações, por outro lado, parece que os aspectos humanos têm sido esquecidos, deixados para um segundo plano. São eles a base da formulação do problema desta pesquisa. Tentar entender um dos processos de mudanças que hoje ocorrem nas empresas públicas, as privatizações. Porém, desta vez, não se trata de abordagens puramente econômicas ou qualquer discussão sobre que papel o Estado deveria ter, tratamos do processo de privatização (algo já mais que consolidado, algo irreversível, estabelecido por lei e que já atravessa o quinto governo), observando o impacto e a mudança cultural que ele causa. [METODOLOGIA] O primeiro passo para esta pesquisa foi procurar intensamente bibliografia e estudos de casos que tratassem do aspecto humano das privatizações, esta fase esteve presente em todo decorrer da pesquisa, uma vez que as privatizações não se esgotaram e que, a cada dia, surgem mais textos e artigos sobre o assunto. O segundo passo foi elaborar um questionário de entrevista que, inicialmente, havia sido feito com base num estudo de caso que faríamos em uma empresa privatizada do setor siderúrgico. Posteriormente, este questionário foi readaptado para o novo foco da pesquisa - pessoas que estiveram ativamente presentes em processos de privatização na qualidade de mediadores, avaliadores, intermediários etc. Em seguida, realizamos entrevistas pessoais com três consultores de empresas de consultoria e auditoria de porte internacional que trabalham e trabalharam ativamente no processo de privatização e na posterior mudança das empresas. Também tivemos contato com uma pessoa que participou do processo de preparação para privatização de uma empresa do setor elétrico e que, ainda hoje, mesmo depois da privatização, continua ativamente no processo. Por fim, cruzamos as informações das entrevistas, da bibliografia e dos estudos de casos encontrados para elaborarmos nosso relatório e chegarmos às nossas conclusões. [RESULTADOS] Da pesquisa bibliográfica pudemos extrair vários novos elementos que deveriam ser levados em consideração em nossa pesquisa, além disso, encontramos alguns estudos de caso sobre empresas que nos interessavam, tais como ACESITA e CELMA, entre outras. Também colhemos várias informações jornalísticas que poderiam enriquecer a pesquisa. O questionário deu-nos uma base muito boa na realização da pesquisa, porém, não sendo rígido, era adaptado com o desenrolar das entrevistas. [CONCLUSÃO] Podemos agora dizer que as privatizações trazem mais do que mudanças culturais são verdadeiras revoluções culturais que afetam não somente as pessoas da empresa mas também toda uma sociedade local, no caso de a empresa ser a grande empreendedora na região. Dentre os aspectos principais, não podemos esquecer o contexto em que as estatais foram criadas e as conseqüências disso.