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[INTRODUÇÃO] O presente trabalho teve por objetivo mensurar e analisar o impacto da adoção do novo padrão contábil – IFRS – nos resultados (Lucro Líquido e Patrimônio Líquido) das empresas de capital aberto do setor de construção civil, da BM&FBOVESPA. Com isso, esta pesquisa contribui para que se possa, na análise da evolução dos resultados e dos indicadores financeiros das empresas do setor, melhor distinguir entre as alterações geradas pela mudança de padrão contábil e as decorrentes do desempenho real da empresa. [METODOLOGIA] Primeiramente, foi realizada uma leitura de nivelamento em relação a temas relacionados ao padrão internacional IFRS para identificar o que realmente estava sendo ajustado dentro da contabilidade brasileira. Em seguida, foram retiradas do site da BM&FBOVESPA as principais demonstrações financeiras (DFPs) das 24 empresas listadas no setor de construção civil, bem como suas respectivas Notas Explicativas (NEs). Este procedimento foi realizado em duas fases: a primeira que visava analisar os impactos da primeira fase de transição e, portanto, foram utilizadas as informações das DFPs e NEs de 2007 e 2008; a segunda que visava analisar os impactos da segunda fase de transição e, portanto, foram utilizadas as informações das DFPs e NEs de 2009 e 2010. Após coletados todo material necessário, calculou-se os principais indicadores econômico-financeiros destas organizações, antes e após as fases de transição para o IFRS, a fim de comparar os resultados. Estes resultados foram analisados com base no Índice de Comparabilidade de Gray (1988) e depois analisados qualitativamente e quantitativamente sob alguns parâmetros, tais como: Média, Mediana, Desvio Padrão, Máximo e Mínimo. [RESULTADOS] A análise dos resultados foram divididas em 3 macro-abordagens: análise do impacto total, análise do impacto de cada mudança de norma e análise do impacto total nos indicadores econômico-financeiros. Desta forma, identificou-se que os ajustes decorrentes da 1ª fase de transição tiveram impactos muito maiores do que àqueles ajustes decorrentes da 2ª fase de transição. O resultado disso é que as empresas do setor de construção civil sofreram uma queda, em média, de aproximadamente 50% em seu Lucro Líquido, principalmente pelo ajuste relacionado à Extinção da capitalização de Despesas. Em outras palavras, o principal resultado encontrado foi a elevada variação negativa que a maioria das empresas apresentou, em virtude dos ajustes contábeis realizados durante a 1ª fase de transição, primordialmente o ajuste relacionado à Extinção da Capitalização de Despesas. [CONCLUSÃO] O que concluímos ao término do trabalho, foi que as principais variações nos indicadores econômico-financeiros das empresas analisadas foi decorrente da 1ª fase de transição, sendo que 65% das empresas apresentaram queda no LL superior a 10%, com uma variação média de -49,4%. Além disso, foi possível verificar que as variações impactaram negativamente quase todas as empresas na quase totalidade dos indicadores, com destaque para variação de -46,4% no Retorno sobre PL e de -7% no Retorno sobre Ativos. Concluindo, esta pesquisa pretende ter contribuído para um maior entendimento sobre o impacto de todo o processo de convergência da contabilidade brasileira para o padrão internacional (IFRS) nas suas duas fases, dentro do setor de construção civil.