Autor(es):
Ano:
Instituição:
[INTRODUÇÃO] Este PIBIC analisou os efeitos sociais da construção do estádio do Corinthians para os moradores instalados no entorno do estádio, mais especificamente na COHAB 1 e na Comunidade da Paz, para entender o processo de desenvolvimento local vivido na região de Itaquera. A pesquisa foi guiada pelas seguintes perguntas norteadoras: o que foi chamado de “desenvolvimento” no caso da construção da Arena Corinthians? Esse “desenvolvimento” foi para quem? Quais os efeitos que os moradores da região tiveram nesse processo de “desenvolvimento? [METODOLOGIA] Uma amostra inicial de 20 famílias da região foi selecionada e os impactos em suas vidas foram monitorados ao longo de três momentos principais de visita a campo, realizados entre o meses de dezembro/2013 e julho/2014, que deram insumos para entender como as alterações na região durante o processo de construção do estádio até a realização da Copa do Mundo foram percebidas pelos moradores. Duas localidades específicas dentro da região de Itaquera, que possivelmente sofreriam impactos diferentes, foram objeto de análise: COHAB 1 e Comunidade da Paz. [RESULTADOS] Os principais impactos observados nas vidas dos entrevistados foram: aumento dos fluxos no bairro (trânsito, circulação de pessoas); valorização dos imóveis; chegada e saída de moradores; melhorias na imagem do bairro; pequeno aumento na disponibilidade de serviços públicos (obras viárias). No caso da Comunidade da Paz, ainda foi possível observar um processo de ampliação de direitos de seus moradores. [CONCLUSÃO] O estádio por si só não produziu necessariamente desenvolvimento para Itaquera. Foi a atuação dos movimentos sociais e do Poder Público Municipal, no sentido da garantia de direitos aos grupos mais vulneráveis da localidade, que permitiu afirmar que a região passou por um processo de desenvolvimento progressivo. Observou-se, portanto, que o estádio configurou-se dentro de uma perspectiva de desenvolvimento multidimensional em Itaquera, que produziu efeitos positivos aos moradores na esfera econômica, com a valorização de seu patrimônio, no caso da COHAB 1, mas também no sentido de ampliação de direitos, no caso da Comunidade da Paz.