EDUCAÇÃO, PROGRESSO TECNOLÓGICO E CRESCIMENTO ECONÔMICO

Autor(es): 

Cesar Augusto Lunardi - Orientadora Prof.ª Jolanda Eline Ygosse Battisti

Ano: 

2014

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Este estudo buscou entender a relação entre gastos públicos com educação, formação do capital humano e crescimento econômico. O crescimento econômico pode ser medido em termos do aumento da renda real per capita ao longo do tempo. Um aumento do salário real reflete, normalmente, uma melhora da produtividade da mão de obra, que, por sua vez, está ligada ao aumento do nível de escolaridade da força de trabalho. Esse último pode ser alcançado por meio de investimentos (privados ou públicos) em educação. O principal objetivo deste estudo foi analisar se gastar uma parcela maior do PIB com educação resultaria em uma taxa de crescimento econômico mais alta. [METODOLOGIA] Com base na identificação dos principais modelos apresentados na literatura existente sobre a relação entre educação e crescimento, foi feita uma análise empírica em dois estágios para o caso do Brasil. Primeiramente, foi testada a relação entre o estoque de capital humano disponível num determinado ano no Brasil (variável dependente) e a parcela do PIB que foi gasta pelo governo com educação, em média, nos cinco anos anteriores (variável independente). Como proxy para o estoque de capital humano, foi construída uma variável composta pela média ponderada do percentual da população com mais de 25 anos que havia concluído o ensino primário, secundário ou terciário. Os dados utilizados abrangem o período de 1950 a 2010. Em segundo lugar, foi estimada uma função de crescimento da renda real per capita, usando como variável dependente a taxa média de crescimento da renda real per capita de 5 em 5 anos, de 1950 a 2010. Nessa regressão foram incluídos como variáveis independentes dois indicadores de capital humano: escolaridade e saúde. Como instrumento para o nível de escolaridade, foi utilizado o gasto público com educação (em % do PIB, média de 5 em 5 anos, com uma defasagem) e, como indicador de saúde, foi utilizada a expectativa de vida ao nascer registrada no primeiro ano de cada período de 5 anos. [RESULTADOS] A primeira regressão mostrou que um aumento em 1% dos gastos públicos com educação, medidos como percentual do PIB, resultaria em um aumento do estoque de capital humano em cerca de 1,2% no ano seguinte. A alta correlação entre essas duas variáveis (R2 de 0,90) justificou a escolha da primeira variável como instrumento na segunda regressão. A estimativa da equação de crescimento, por sua vez, identificou que um gasto adicional de 1% em educação resultaria em um crescimento adicional da renda real per capita do período seguinte, na média, em torno de 0,56% ao ano. [CONCLUSÃO] Os resultados desta pesquisa dão suporte à hipótese de que políticas públicas com foco na expansão de investimentos em educação impactariam positivamente o crescimento econômico do Brasil. O estudo identificou que essa relação se deve ao aumento das parcelas da população economicamente ativa com ensino primário, secundário ou terciário completo, decorrente do aumento dos gastos públicos com educação (em % do PIB).

Departamento: 

PAE

Anexos: