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[INTRODUÇÃO] Devido a frequente instabilidade política e econômica vivida pelo Brasil, os investidores devem estar sempre atentos para onde alocar seu capital. Há diversas opções de investimentos, como Títulos do Tesouro Direto, Títulos de Instituições Financeiras e Privadas, Renda Variável e Fundos de Investimento. Dentro da categoria destes, há também muitas opções, como Fundos Multimercado, de Ações, de Renda Fixa ou Cambiais. A Indústria de Fundos de Investimento no Brasil viu seus recursos aplicados passarem de R$ 500 bilhões em 2003 para R$ 4 trilhões em Setembro de 2017, segundo dados da ANBIMA. Dos 16.503 fundos de investimento no Brasil em Maio de 2018, 50,30% eram Multimercados. Dessa forma, é de grande importância analisar os retornos destes e identificar quais são suas alocações e se respeitam os investimentos definidos para suas respectivas estratégias. Dentre estas, podemos citar: Balanceados; Crédito Privado; Dinâmicos; Macro; Trading; Long and Short – Direcional; Long and Short – Neutro; Juros e Moeda, Livre, Capital Protegido e Estratégia Específica. Dessa foram, este estudo buscou aplicar a Análise de Estilo de Sharpe (1992) para buscar entender a sensibilidade de 127 dos maiores fundos de investimento multimercado de alta volatilidade do Brasil a 3 das principais classes de ativos do país: CDI, Dólar Ptax e Ibovespa. Assim, buscava-se classifica-los conforme seus rendimentos e estratégias. [METODOLOGIA] A parte quantitativa do estudo consiste em aplicar a Análise de Estilo de Sharpe (1992), que é uma regressão múltipla na qual se utilizou as classes de ativo citadas acima, com objetivo de encontrar o beta de cada uma delas, que representaria o percentual que cada fundo aloca/possui sensibilidade para cada classe de ativo. Além da regressão, foi feita uma análise dos indicadores de desempenho Retorno Absoluto, Retorno Relativo ao benchmark CDI e análise de risco retorno, esta última através do Índice de Sharpe, que revela quanto que os fundos pagam de prêmio aos seus cotistas para cada unidade de risco corrido. Para validar a aplicabilidade análise de estilo, seus resultados foram comparados com as carteiras reais dos fundos, divulgadas na plataforma “Comdinheiro”. Cada regressão recebeu a classificação, de acordo com sua aderência com a carteira real dos fundos, de “Forte”, Médio/Forte”, “Médio”, “Médio/Fraco” e “Fraco”. Da mesma forma, a aderência das carteiras reais com as estratégias de cada fundo receberam a mesma classificação de “Forte”, Médio/Forte”, “Médio”, “Médio/Fraco” e “Fraco”. [RESULTADOS] Os resultados revelaram que a análise de estilo foi eficiente na representação da alocação dos recursos pelos fundos. Além disso, os fundos que obtiveram melhor performance no período foram os que focaram em realizar seus investimentos de maneira diversificada, mas com uma maior concentração em renda fixa – por conta da alta taxa de juros que havia no Brasil no período, algumas estratégias dos fundos que se adequaram bem ao período foram as dos fundos multimercado “Juros e Moeda”, “Investimentos Estrangeiros” e “”, enquanto os “Livres” foram os que tiveram maior variação entre carteira esperada (conforme sua classificação) e carteira real. [CONCLUSÃO] Por fim, concluiu-se que a análise de estilo é uma ferramenta útil para identificar a sensibilidade dos fundos de investimento multimercado de alta volatilidade às principais classes de ativos do mercado financeiro brasileiro: o CDI, Ibovespa e Dólar PTAX; que o fato de estarem muito alocados em Renda Fixa pode ser devido a cenários Macroeconômicos e não é necessariamente um fator negativos, e que algumas das estratégias mais eficientes , em termos de fidelidade a alocação esperada foram as de “Juros e Moeda”, “Investimentos Estrangeiros”, enquanto os “Livres” foram os que mais variaram, devendo ter atenção especial dos investidores.