Curso:
- MPA
Área de conhecimento:
- Finanças e Contabilidade
Autor(es):
- Eduardo Sanchez Palma
Orientador:
Ano:
A maioria dos investidores se vê esmagada por uma vasta quantidade de informações, muitas vezes de natureza abstrata. Além disso, o formato padrão utilizado para comunicar os riscos é, geralmente de difícil compreensão e de pouca ajuda na tomada da decisão de investimento, pois a mencionada padronização, raramente leva em consideração os diferentes níveis de conhecimento dos investidores sobre finanças (Sachse, Jungermann, & Belting, 2012, v. 33, p. 438, tradução nossa). Alinhada a isso, a presente pesquisa utiliza questionário baseado na Teoria do Paradigma Psicométrico, para investigar as percepções de risco entre especialistas e investidores leigos sobre seis produtos financeiros. Baseado no elevado conhecimento sobre investimentos que possuem, os Certified Financial Planners foram escolhidos como grupo de controle para comparar as percepções de risco da categoria profissional melhor remunerada no Brasil, qual seja a dos médicos da Grande São Paulo (IBRE, 2009). Testes t para diferença de médias foram feitos para avaliar as percepções entre gêneros e os cinco construtos de risco, respectivamente, relacionados à volatilidade, ao desconhecimento, a desconfiança, a adversidade e as falhas regulatórias; os testes mostraram que são distintas as percepções de risco entre CFPs e médicos, com resultados muitas vezes contrários aos indicados pela literatura, assim como a maior percepção de risco entre as mulheres somente para os construtos relacionados às falhas regulatórias e desconfiança nos consultores de investimento, instituições financeiras e órgãos reguladores. O estudo mostra, ainda, que estão negativamente correlacionadas as percepções do benefício/retorno com os construtos desconfiança e falhas regulatórias somente entre os médicos, e que há diferenças de percepção importantes para o Tesouro Direto e PGBL/VGBL entre as duas categorias profissionais. Dentre os resultados encontrados destacam-se as diferentes percepções de risco sobre os construtos falhas da regulamentação e desconfiança, sugerindo que iniciativas de educação voltadas ao investidor podem não surtir o efeito esperado em razão de serem patrocinadas exatamente por instituições vistas com suspeição pelos investidores. O estudo conclui atribuindo à comunicação o papel determinante do sucesso na relação com o investidor e a necessidade que ela seja construída a partir das percepções de risco e níveis de familiaridade com investimentos dos consumidores.