Curso:
- MPGPP
Área de conhecimento:
- Políticas Públicas
Autor(es):
- Camila Barreto Maia
Ano:
Nas últimas décadas, os estudos sobre participação social no Brasil foram progressivamente centrando-se no caráter institucional e na cristalização como obrigação legal dos arranjos e espaços participativos. No entanto, transformações recentes no modo de relacionamento entre Estado e sociedade no país sugerem a necessidade de atualização desta literatura. Este artigo busca traçar paralelismos entre a realização, em 2013 em São Paulo, do processo participativo para a elaboração do Plano Diretor Estratégico do município, que envolveu dezenas de encontros e milhares de pessoas, e as manifestações públicas promovidas no mesmo ano, que chegaram a mobilizar centenas de milhares de pessoas nas ruas, exercendo forte influência sobre a opinião pública e incidindo sobre a agenda governamental. Pretende, assim, provocar uma reflexão sobre a necessidade de se passar a avaliar os resultados dos processos participativos à luz da aparente reemergência, no Brasil, dos protestos e outras formas de ação coletiva não institucional como verdadeiras estratégias de participação da sociedade nos assuntos públicos.